É engraçado ouvir isso não é? Parece brincadeira, mas a verdade é que, muitas vezes, estamos dessa forma, ou seja, no piloto automático. Mas o que isso significa de forma prática? Vamos descobrir?
Você sabe o que é piloto automático?
De forma simplificada, podemos dizer que é chamado assim um instrumento muito utilizado em navios, aviões e automóveis. Por meio de giroscópios, este instrumento faz com que o navio, avião ou automóvel tenha sua posição controlada para que ele siga sempre na mesma rota.
A grande vantagem disso é a precisão da navegação e, para isso, o piloto inicialmente define em que situações será iniciado e o tipo de rota a seguir. Com isso, predefinido, basta acioná-lo quando for de seu interesse.
Uma invenção muito útil e bem interessante, não é mesmo? Entretanto, nos últimos tempos, passou a ser associada a comportamentos humanos e nem sempre de forma tão saudável.
Da mesma forma que por trás do piloto automático está o giroscópio que permite este controle, em nosso comportamento possuímos algo que acaba cumprindo o mesmo papel…o hábito.
Por meio do hábito, nosso cérebro ganha tempo para nós, agiliza as coisas em nosso dia a dia. Ele aprende que sempre fazemos algo e seguimos alguns passos; então, ele entende que isso pode ser automatizado por nós.
Quando paramos para analisar, percebemos que muito do que fazemos, é feito sem nem prestar muita atenção no passo a passo, seja ao dirigir, seja na higiene diária ou em nossa rotina ao acordar. E isso é muito bom.
Pensemos no exemplo de dirigir ou tocar um instrumento, no início, a pessoa vai decorando o passo a passo. Depois de se exercitar bastante, o cérebro aprende e aí está resolvido…ganhamos tempo.
Mas, e quando não são hábitos bons?
Este é justamente o problema, pois o cérebro vai seguir a mesma lógica e nos inserir em um loop infinito, isto é, em uma eterna repetição. Se são vícios, maus hábitos ou, ainda, rotinas nada produtivas tudo é encarado pelo nosso cérebro como uma repetição necessária acionada por um piloto em nós.
Tudo começa com um gatilho…uma deixa para iniciar/acionar o piloto automático. Após isso, nos vemos envoltos em uma rotina que sempre se repete e, claro, não podia faltar: uma recompensa! Quando a recompensa é boa, o cérebro te mostra que o caminho é por aí. Repetir, repetir e aí dependendo de qual for o hábito podemos acabar nos perdendo.
Imagine a seguinte situação: Na segunda, você chega cansado do trabalho, senta confortavelmente no seu sofá e ao deslizar seus dedos na tela do celular percebe que merece um descanso…
Para que levantar? Afinal, você está tão cansado. É momento de relaxar e como o celular é prazeroso! Você vê tantas novidades, fica informado, conversa com amigos e até aproveita para jogar um pouquinho. Que mal há nisso?
Quando vê, as horas passaram rápido demais, melhor pedir um fast-food. Para que perder tempo fazendo refeições demoradas? Teria de largar o celular também. E decide: só hoje. Que mal há nisso?
O problema é que é algo tão gostoso, tão prazeroso que, na terça, se repete; por que não na quarta? na quinta, será diferente…você promete pra si mesmo. Quando percebe (ou não percebe) isso virou uma rotina da semana. Deixa a refeição para o fim de semana, você terá mais tempo!
E assim, o tempo vai passando, os quilos a mais vão chegando e o dinheiro vai indo embora cada vez mais rápido. Este foi só um exemplo.
Quais são os seus hábitos? Você consegue reconhecê-los?
Esta pergunta é essencial para avaliar se continuamos ou não no piloto automático. No exemplo citado, a deixa é o cansaço aliado ao sofá confortável e o celular; a recompensa: o prazer momentâneo gerado pela escolha e a sensação de merecimento; e a rotina vai se formando.
Em seu dia a dia, pare para observar sua rotina. O que costuma fazer? O que está sendo gerado? Identifique se é algo bom. Se for, mantenha; se não for, tenha coragem de desativar o piloto automático e voltar para o modo manual.
Não será fácil, pois estamos lidando com o nosso cérebro; mas, ao mesmo tempo, não é impossível. Novos hábitos podem ser criados com disciplina, persistência e um bom motivo para a mudança.
Tente manter a deixa inicial, você está cansado. É verdade, mas o que pode fazer para trazer descanso e de forma mais saudável sem prejudicar sua saúde? Segue para nossa reflexão.
O tema é vasto. Procuremos ler mais sobre isso e, claro, fazer os exercícios necessários.